O Forasteiro e o Vilarejo inadequado - Parte 2

O velho vilarejo já não era o mesmo, tudo passou a ter um preço, inclusive as pessoas. Já não era possível estabelecer o que era necessário para a vida, a cada instante o forasteiro contribuía como dizia ele, para o avanço humano criando novas tecnologias e mercadorias que passavam a ser aparentemente vital para existência de muitos.

A contribuição do Forasteiro para com o vilarejo era percebida em cada palavra e ação dos moradores que trabalhavam em troca do papel com valor, e muitos usavam este papel para trocar pelas novas tecnologias inventadas pelo próprio Forasteiro, que dizia que a vida não existia sem elas.

O Forasteiro Empreendedor percebeu como os sonhos eram fundamentais para o sentido de viver daquelas pessoas, e teve uma ideia que de inicio parece absurda, mas que lhe rendeu muitos papéis com valor. O forasteiro começou a vender sonhos.

Antes de iniciar as vendas, era necessário mudar a essências dos sonhos dos moradores, anteriormente os sonhos ali, eram coisas abstratas como a felicidade, amor, sabedoria. Mas o Forasteiro Empreendedor conseguiu convencer a todos que era possível materializar todos essas coisas, e foi assim que ele começou a criar necessidades que antes não existia, e iniciou a produção em grande escala de felicidade artificial por meio de mercadorias.

E assim o Forasteiro, herói do progresso mudou o “Eu te amo”, um olhar sincero e flores roubadas por cartões de felicitações prontos, perfumes, flores mortas e compradas. Mudou o cansaço e o sorriso de um dia feliz no parque, por um dia em um galpão, cheio de lojas com mercadorias. Trocou sonhos como de ser feliz, de amar e ser amado, por um automóvel do ano.

Autor: Wélio Meireles.

O Forasteiro e o Vilarejo Inadequado - Parte III

Você também pode gostar de

0 comentários