Consciência, que seja tu vivida!

  • sexta-feira, dezembro 27, 2013
  • Postado por Um Novo Sol PJ
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O texto Especial da Revista Um Novo Sol.

Francisco, mais conhecido como Zumbi de Palmares, é o “herói nacional” que teoricamente deveríamos lembrar no dia 20 de novembro. Até ai tudo bem, ótimo, mas uma pergunta: Lembramos-nos disso no dia em que comemoramos o dia da “Consciência Negra”? Faço a pergunta de modo geral (incluindo negros e não negros) por acreditar que a percepção que temos da data ainda não foi a proposta pelo governo, e durante o dia-dia isso se confirma.

A percepção de herói nacional que se coloca a figura de Zumbi dos Palmares tem como intenção afirmar a figura dele como libertador e líder do povo negro e como um exemplo pela luta em busca da dignidade de seu povo, além de buscar afirmar que a cultura negra é também parte importante dentro da história nacional, não apenas dentro de papéis estereotipados, como: a mãe de santo, o malandro, a mulata do samba, ou até mesmo o sujeito do qual devemos nos defender por ser ele perigoso para conosco.

A proposta é mais uma de ação afirmativa, que busca colocar o indivíduo negro e sua etnia como também portadores de direitos e partes de extrema importância para o Brasil. No entanto, vendo e escutando as conversas do cotidiano o que vemos é coisa muito diferente, é perceptível que mesmo depois da adoção do feriado em importantes cidades brasileiras - entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Guarulhos etc.-, não se vislumbra de fato um dia de mobilização e de consciência de todos os indivíduos e nem mesmo do Estado, tendo diversas cidades não declarando a data como feriado.

A problemática da data que comemora o dia da morte de Zumbi e a colocação dele como herói nacional, é apenas um pequeno exemplo de como o racismo mascarado da sociedade brasileira impede que possamos ter uma nação cujos cidadãos vivam em plenitude a igualdade formal.

Por fim, proponho que seja possível nesse 20 de novembro recordarmos a importância da pluralidade étnica e que essa reflexão não se limite a data que se comemora o aniversário da morte de Zumbi, que esteja ela presente em todos os dias de nossa vida, e que seja um dos meios de se alcançar uma sociedade em que nem o dinheiro, nem a suas matizes imperem e sim a terra em que a água limpa e linda fonte saiam da nossa utopia e se torne realidade, tornando nossa sociedade a verdadeira Civilização do Amor.

Autor: Paulo H. Alves.

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