Na vigília noturna no Cocaia, os muitos voluntários presentes saudavam com alegria a chegada desta romaria. O momento novo, apertado e solidário trazia a esperança em nossos corações: fazer acontecer a romaria em nossa cidade.

Eram 3 da manhã e as equipes correram para acolher, estacionar, ensaiar e compor toda equipe de trabalho. Passamos frio. Gritamos. Dançamos nossa mística e conseguimos.

Na vigília, o poço da Samaritana nos convidava a refletir: a importância do povo nagô, dos nordestinos, dos moradores de rua, das violadas e dos tantos outros excluídos. Foi lindo! A benzedeira popular e o Cristo que ali se apresentava aos pobres, fracos e oprimidos. Era uma partilha saudosa e na eucaristia, o sabor era de justiça. Dom Edmilson (bispo diocesano de Guarulhos) em sua homilia ressaltou a importância da liberdade, do seu uso e do seu mau uso. Falou de libertação. E do processo que os jovens vivem todos os dias quando se libertam.

Depois, houve caminhada. Como naquela época de Jesus, a ciranda e a música faziam nossa saudação ao Deus do amor. MariA-MA, caminhou conosco, com as violentadas, com as mulheres periféricas, com as prostitutas, com as negras. Ela somou nossa caminhada com um lindo trajeto de 8 mil pessoas. Era intenso quando se olhava para trás e para frente e não se enxergava o final da caminhada.

A juventude se levanta! A juventude clama por justiça. Nas paradas, os nossos temas: contra a redução da maioridade penal, a luta das mulheres na política e no campo social, o extermínio da juventude, faziam parte da via sacra diária de muitos jovens. Teve muita organização, mas também teve muita sede de justiça.