No dia 13 de Maio de 1888 a Princesa decretou como finalizado o regime de servidão escrava no Brasil. De lá pra cá muitas coisas mudaram dentro da sociedade brasileira.


No entanto, a população negra ainda se encontra um, ou mais passos atrás do restante da população- tomo como população negra, pois a grande miscigenação de nossa população não permite que apontemos quem é ou não afrodescendente, pois os escravos vindos da África ocuparam todo o território brasileiro no período de escravidão, então dificilmente essa população se concentrou numa determinada região de nosso país.

Hoje 125 anos depois da carta de abolição qual e a realidade do negro em nossa sociedade? E qual a realidade do jovem negro e da periferia em nossa sociedade? Essa abolição de fato ocorreu? Somos uma sociedade igualitária?

Diversos fatos históricos nos dão pistas para chegarmos a essas respostas e sabermos se hoje a escravidão foi realmente abolida em nossa sociedade. A enorme população carcerária brasileira tem mais de 70% de seus presos como negros, a porcentagem de negros como professores em universidades publicas não chega a 1,5%. Mesmo sabendo que grande parte de nossa população é negra ou parda. Esses poucos exemplos só nos atentam pra realidade que cada vez mais nos mostra como a segregação dos negros pouco a pouco os leva a perca gradativa ao direito à vida, pois uma pessoa que sempre viveu fora do sistema educacional adequado,- os professores negros da década de 20 foram todos expulsos de escolas na época, e ainda hoje não recuperaram esse lugar- e por isso não se encaixam no sistema capitalista, e se vêm cada vez mais reféns da criminalidade e isso acontece cada dia mais cedo em nosso pais.

A escravidão foi sim nos termos da legalidade abolida, porém e em nossas atitudes e em nosso olhar ao ver uma mãe de santo, um jovem negro de capuz às dez da noite, ao ver um professor universitário negro, mudou? O nosso inconsciente, a nossa mídia a nossa elite entendeu que essa abolição existe?

São 513 anos de historias nossas e o rosto do Brasil ainda não se define, pois nem sabemos se pretos, brancos, gays, mulheres, idosos, crentes, dependentes químicos são iguais ao nosso ideal tão perfeito de Brasil. Por isso, entendamos que esse processo abolicionista ainda é vivo em nossos dias e nós com a facilidade que esse 125 anos nos deram podemos fazer muito mais do que foi feito na época- que foi levantar e aplaudir. Busquemos a enfim verdadeira igualdade racial.

Autor: Paulo H. Alves