Relatório: Sexto Acampamento da Pastoral da Juventude

  • segunda-feira, fevereiro 24, 2014
  • Postado por Um Novo Sol PJ
  • 2 Comentários

Uma noite de sexta-feira, um sábado e uma manhã e tarde de domingo, este foi o período de acontecimento do nosso sexto acampamento e o Um Novo Sol assume aqui o compromisso de relatar o que aconteceu. (Leia também sobre o acampamento de 2013).

Tema do acampamento: Sei que não dá pra mudar o começo, mas se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.

Nos encontramos na Praça Getúlio Vargas, no centro de Guarulhos, após todos os inscritos chegarem, embarcaríamos no ônibus que nos levaria à Nazaré Paulista, o mesmo local do acampamento do ano passado.

O caminho estava tranquilo, até recebermos uma "notícia", a prefeitura de Nazaré Paulista estaria interditando o local que iria acontecer o nosso acampamento, após a dificuldade de comunicação, tivemos de descer do ônibus e caminhamos até a entrada do local.

E quase todos perceberam que não havia nada de errado, sabendo ou não sabendo, o momento foi único, foi perguntado: "E se estiver fechado, o que vamos fazer?" e a resposta foi dada no grito da caminhada: "Vamos invadir". O momento lembrou as manifestações de junho, onde tivemos de lutar por algo que não estava claro, nós nem ao menos sabíamos o que estava acontecendo e a resposta foi invadir, assim lembramos também da clássica frase das manifestações "Vem pra rua".

Ao chegarmos, um ambiente já estava preparado, e tivemos de assistir uma encenação que mostrava a resistência que devemos ter, e a música ecoou:
Podem me prender, podem me bater;
Podem até deixar-me sem comer;
Que eu não mudo de opinião.
 Lanchamos e montamos nossas barracas e essa foi a noite de sexta-feira.

***

Na manhã de sábado acordamos para as experiências que viriam, um café da manhã e lá estávamos, prontos e querendo saciar a nossa sede.

O ofício da manhã nos preparava, nos despertava, a vida de um agricultor era recitada, e as batidas da enxada nos fazia refletir, o que estamos semeando? O que estamos cortando pela raiz?

Falamos sobre política, "que assunto chato".

Mas o que é política? Política é o mesmo que cidadania?

Política está em tudo que fazemos, o prato que comemos, a água que bebemos, tudo é política, não diga, não diga que não quer falar de política, pois os ausentes nunca tem razão.

Você é quente, ou frio? Não seja água morna, não existe meio-termo, ou você está presente na luta, ou não está, não seja um jovem omisso, reflexão tirada do livro do Apocalipse, que diferente do que todo mundo pensa, não é uma previsão do fim do mundo.

Na tarde, continuando o tema política, tivemos uma visita, tivemos de refletir sobre ser político, e o palestrante começou com as falas de Frei Betto, "Jesus Cristo foi um prisioneiro político".

Nós queremos construir a civilização do amor, mas sabemos o que é a civilização do amor?

A civilização do amor era aquele momento, lá tinha fraternidade, lá tinha comunidade, lá tinha acima de tudo a unimultiplicidade, o que estamos fazendo pra honrar o que falamos? O que nos faz encher o peito pra dizer que somos pejoteiros?

Foram essas questões que foram levantadas, a pastoral da juventude é um meio de ser político, somos políticos, somos a juventude unida.

Fizemos deserto, como anda a nossa fé? Todos se separaram e com caneta e papel em mãos deveria expressar a sua reflexão.

Todo pejoteiro canta o "Pai nosso dos mártires", mas será que a mística que deve ser feita, está acontecendo?

Na celebração da noite, fizemos memória, memória daqueles que morreram, os mártires, daqueles que se consumiram por uma causa, como uma vela que se consome com a sua luz, como consumiu os nossos papéís com as nossas reflexões da tarde, em nosso deserto, em nosso momento com Deus.

"Só vale a pena viver por uma causa, se também valer a pena morrer por ela".

E ao fim da celebração, um sarau animou nossos corações, cantamos, dançamos e recitamos, é a juventude que canta e grita, sempre unida, que também reza e sabe dizer fielmente quem é, ou o que não é.

***
A manhã e tarde de domingo foi uma mística que fechou, fechou o que foi aberto no início, mas não fechou totalmente, nós devemos abrir essa porta novamente e colocar dentro de nossos grupos de base e na nossa vida.

Tivemos a missa, o momento mais sublime do católico, o momento de fazer memória da morte de Jesus Cristo, e como ele disse na ceia: "Fazei isto em memória de mim." Este é o porque de comungarmos, comungar é tornar-se um perigo.

Assumimos compromisso, protestamos, dissemos o que estava engasgado, relembrando as tardes populares e o grito dos excluídos, e os coordenadores dos grupos de base pintaram os pés e pisaram em um pano branco, para dizer: Presente na caminhada.

Após o almoço, tivemos o fechamento do acampamento, o que aconteceu, agregou? Como contribuirá nos grupos de base? O que sugere? Foi nos dada uma folha de avaliação, e como pejoteiro devemos nos perguntar sempre se o que fazemos está dando frutos, se possível diga aqui nos comentários, está dando frutos? Quais frutos?

Ao fim, fomos jovens e a animação esteve presente na volta pra casa, mas aquilo não acabou, ainda continua, pois a juventude não pode falhar.

Autor: P.R. Oliveira.

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2 comentários

  1. Sim! Há frutos da nossa juventude, dos nossos encontros, as opiniões que são alicerçadas em todo debate, a união que nos ensina que cada um ali é importante, e principalmente a fé, que nos move em direção à Cristo e a querer mudar a realidade em que vivemos! Não pude comparecer, mas esse Acampamento me pareceu muito construtivo e edificante! Estão de parabéns!

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