Perseverança e a clareza das escolhas

  • quarta-feira, fevereiro 05, 2014
  • Postado por Um Novo Sol PJ
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Todos os dias somos expostos à uma diversidade de escolhas, da cor da camiseta que irei sair pra trabalhar, se levanto ou não da cama para escovar os dentes e seguir o meu rumo até a escola, trabalho, ou pra apenas tomar um sol, matar o tempo em frente ao computador ou com a cabeça enfiada em um livro.

Portanto, temos a cada momento milhares de escolhas que devemos realizar em questão de segundos, em grandes cidades, como é o real contexto da maioria da população mundial, isso se intensifica mais ainda, com isso, a modernidade nos expôs a uma realidade em que somos testados a pensar e escolher, de forma maquinada e individualista. Mas uma questão particularmente me incomoda, onde é que conseguimos encontrar nesse emaranhado de escolhas, uma real concepção de outro? Isso mesmo, Outro, mas outro como eu, você, fulano etc., enfim, como todos nós.

Dom Hélder Câmara, figura importante dentro do contexto social na America Latina, fazia questão, assim como, M. Luther King, Gandhi, Mandela e outros mais, de colocar a compaixão, como o denominador da humanidade - uso compaixão, mas talvez a palavra interação, ou cooperação, se encaixem de maneira mais correta ou até equivalente a minha exposição nesse caso. - No entanto, o cenário social e político dos países do terceiro mundo, em especial o Brasil, nos mostram cada dia mais que a estrutura econômica, política e cultural tem deixado de lado diversos grupos e isso tem de fato dificultado uma real visão do que seria essa tão bradada justiça. Somado a isso, o atraso na abolição da escravatura brasileira, e essa ainda sendo uma grande demarcadora do paradigma da sociedade brasileira, expõe cada vez mais a nossa dificuldade de alcançar essa real justiça, que não necessariamente se revela como algo que redistribua o nosso ódio.

É, portanto, dentro dessa atual realidade que estamos inseridos, tanto como pastoral, movimento social, e indivíduos, o que devemos nos atentar é que cada vez mais encontramos dificuldades em profetizar a paz. Comovemos-nos com uma criança passando fome, mas pouco nos importamos com aquele “sujeitinho” que roubou biscoitos no supermercado e hoje se amontoa e briga por espaço mínimo dentro de uma fedentina cela em nossos presídios, nos revoltamos a cada cinco minutos, mas pouco de fato fazemos por uma mudança no nosso contexto. Somos de fato humanos tão melhores que os outros?

Por isso, o ideal colocado por Dom Hélder, deve sim servir de ponto de inicio para que busquemos a tão sonhada sociedade utópica em que passearemos por campo, com crianças, andaremos a cavalo e estaremos como de fato irmãos, sem a diferença de religião, cor, nacionalidade e de fato acabemos com essa mania de nos odiar por tão pouco. Essa sociedade, porém, cheia de poesia e alegria depende de nossas lutas hoje, o que significa nos incomodarmos, mas não nos alienarmos e buscar o conhecimento como nossa principal arma nessa batalha.

Autor: Paulo H. Alves.

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