Meu tempo de PJ


Talvez seria certo exagero lidar de maneira tão emotiva, como estou lidando, com minha despedida da Equipe Diocesana da Pastoral da Juventude e de certa maneira da PJ, visto que no caso da primeira além de não duradoura, minha participação foi um tanto quanto tímida.


O fato é que eu nunca fui tão bom em despedidas, conheço pessoas ótimas nisso, algo invejável (uma inveja saudável, claro, afinal a inveja é um pecado capital), talvez tenho sido bem melhor, pelo menos até hoje, em expressar o meu adeus e os meus “até uma outra oportunidade” à distância e com os recursos que a escrita oferece. Quando estive de corpo físico próximo de despedidas, minha participação nisso foi tímida e breve. Minha relação com despedidas sempre foi aos poucos, parcelado, semelhante ao início de um namoro, só que nesse caso às avessas. Esse texto é a expressão final do meu encontro com a despedida, não só da EDPJ, como também da Pastoral que tanto amo.

Nas minhas conversas com amigas e amigos sobre suas despedidas da PJ, sempre ouvi delas e deles uma frase, que até então nunca tinha percebido o seu sentido, a frase que me refiro é aquela de quem sempre oferece suas mãos calejadas ao trabalho: “Sinto que ainda tenho muito a oferecer à Pastoral”. Óbvio que essa frase veio ao meu encontro quando pensava em minha saída, o que talvez tenha prolongado minha indecisão.

Mas nas muitas conversas comigo mesmo e com minhas companheiras e companheiros, cheguei à conclusão que essa frase que expressa não só a vocação ao serviço pastoral, mas também, com as mãos calejadas, as tantas experiências e formações que a PJ proporcionou. É a expressão, o sinal, de que os anos dedicados a pastoral, com tantos encontros de base, encontros e reencontros diocesanos deram frutos. E ainda bem que depois de anos de PJ, ainda sinto que tenho muito a oferecer, a sensação é de alegria, tudo valeu a pena, agora é ir às Galileias...ou melhor, continuar nas Galileias.

Ai, as Galileias, onde a voz do Cristo libertador é ecoada, a nossa base, nosso canto, as nossas periferias onde tudo começa, onde é possível tremer as fundações desse sistema que exclui, degrada e mata. Galileias foi tema do meu último encontro como membro da EDPJ e também da PJ, e as últimas rezas e palavras partilhadas no acampamento vai ecoar no meu coração e não deixar a força e energia da PJ acabar, como diz nosso canto: “Ela vem de dentro, de dentro ela vem, toda energia que a PJ tem! ”.

É oportunidade aqui também para minha despedida do meu grupo de base, o JAH (eterno para quem foi membro), de onde saí sem expressar meu agradecimento. Agradeço também aos irmãos e irmãs da EDPJ, que dão as mãos e o coração para construção da PJ em nossa diocese, amo vocês!. Fica a saudade, a deliciosa saudade, dos encontros de base, acampamentos, fest jovem, tarde populares, oficinando, romaria; também fica a aprendizagem, esperança e o dinamismo. Já posso dizer, como muitos Pjoteiro e Pjoteira já falam, “no meu tempo de PJ”.          

Você também pode gostar de

0 comentários