Carta aos grupos sobre a MP 746 de Reforma do Ensino médio - Equipe Diocesana da Pastoral da Juventude
- terça-feira, outubro 04, 2016
- Postado por Um Novo Sol PJ
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“E há que se
cuidar do broto
Pra que a
vida nos dê flor, flor e fruto.”
(Milton Nascimento)
Uma reforma urgente no Ensino Médio é mais que necessária.
Porém, o que vimos semana passada foi uma proposta pouquíssimo democrática para
a educação dos jovens brasileiros. Pensar que a mera reforma e exclusão de
conteúdos irá solucionar o problema da evasão ou da falta de atração do Ensino
Médio é uma extrema ilusão, para não dizer mentira.
A forma antidemocrática com que foi apresentada a Medida
provisória (MP 746), mais uma vez dá o tom de qual será a maneira que o governo
Temer irá conduzir o país nos próximos anos. O retrocesso proposto no texto da
MP vai no rumo contrário dos avanços estipulados na LDB (Lei de Diretrizes e Bases) de 1996, nos
colocando em um modelo de ensino médio que foi utilizado ao longo da ditadura
militar no Brasil (Reforma Capanema).
Devemos nos colocar contrários ao ataque que o ensino médio
está sofrendo. O ensino no Brasil deve ser reformado? Deve e de forma urgente!
Mas de maneira plural e amplamente democrática, ouvindo todos os setores da
sociedade brasileira, não apenas os “especialistas” ligados ao Movimento Todos
Pela Educação, que incluí entre seus mantenedores e parceiros as Fundações: Roberto
Marinho (Organizações Globo), Itaú-Unibanco, Gerdau, Instituto Ayrton Senna, Fundação
Victor Civita (Editora Abril) entre outros “entendedores” em educação.
A exclusão ou “não obrigatoriedade” de disciplinas como
Filosofia, Educação Artística, Sociologia, Química, Física e Educação Física,
revelam o pano de fundo dessa reforma, a formação para o trabalho precário e
alienado da sociedade capitalista do século XXI. Não podemos e nem vamos
aceitar!
A Pastoral da Juventude de Guarulhos se coloca contrária a
todo movimento de reforma do ensino público, em que se proponham retrocessos,
em qualquer que seja a fase da educação formal, e que não dialogue com todas as
camadas da sociedade brasileira ou que se mostre de maneira autoritária ou sem
o mínimo de apoio ou consulta popular. Reiteramos que é necessária a mudança
sim, mas não essa que está ai proposta. Diversos especialistas, esses de fato,
no assunto já posicionaram-se contra a proposta da MP.
Os ataques
estipulados pela PL 193 (Escola Sem Partido) e MP 746 que reforma a grade do
Ensino Médio não estão de acordo com as discussões dos jovens presentes dentro
de nossos grupos de base que não apenas no mês de agosto trabalham com “A
semana do Estudante”, mas ao longo de todo ano são sujeitos dentro dos grupos e
do ambiente escolar. Uma escola pública de qualidade com ensino plural e laico
é direito de todo/a brasileiro/a e o ataque feroz a esse direito não será
aceito sem resistência!
O grande cristão Paulo Freire nos ensinou o poder da
educação para emancipação humana, para alcançar a transformação do mundo. É por
essa educação que a Pastoral da Juventude de Guarulhos GRITA, essa educação que
invade a escola que quebre seus muros e cercas, formando novos homens e
mulheres, pois “só há transformação se houver conflito” de ideias, de projetos
que nos mostre o caminho pra chegar até a tão sonhada Civilização do Amor.
Equipe Diocesana da
Pastoral da Juventude de Guarulhos
04 de Outubro de
2016.
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