Poema - Palavras violadas
- sexta-feira, maio 27, 2016
- Postado por Um Novo Sol PJ
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Viola até a
criancinha a chorar
Viola a
viola, já não tem o que rimar.
A não ser a
lágrima com a dor
Que insiste
em se combinar
Todos os
dias...
Houve um
tempo, em que se espremessem aquelas paredes, saÃa óleo de pastel
‘Fruto do
suor e do trabalho’ como que feito de mel
Hoje, se
espremessem aquelas paredes, sairiam lágrimas de sangue
Gritos
abafados de um povo com sua identidade roubada por uma gangue
E o sarcasmo
da vilania
As risadas da
tirania
Cadê a
história da Dona Maria?
Aquela, que
fazia torta na cozinha precária e recheava com amor...
A máquina da
opressão passou por cima!
A dor rasgada
nos peitos estraçalhados só sussurram sem rimar: Até quando?
E como um eco
vão clamando:
Socorre esse
povo massacrado por uma lei vazia!
Estanca essa
sangria.
Devolve a
poesia.
Aos
companheiros escorraçados,
Às crianças
assustadas,
Resta a
viola, pra contar a nossa dor
Resta a
viola, pra não naturalizar esse horror
Resta a
viola, pra espalhar o Seu amor
E um dia, o
Sol a de brilhar de novo.
Por: Caroline
Mattos
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