21° Grito dos Excluídos

  • quarta-feira, setembro 09, 2015
  • Postado por Um Novo Sol PJ
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Ele disse, veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância.
Eles repetiram, queremos que a vida esteja em primeiro lugar.
Nós dissemos, que país é este? Mata gente, a mídia mente e nos consome.
Levantamos as vozes caladas nas periferias.
Clamamos: Venha o teu reino de amor!
Oferecemos as mãos entrelaçadas.
E em uma só voz a certeza e a prece: cuida daquele que é branco ou preto.
O caminho, a estrada, a caminhada. Curtos de uma grande longitude.
Trançados de repressão e resistência, como o cabelo da negra.
Marcados de repressão e esperança, como o semblante da mãe solteira.
Feitos da persistência da semente que teima em brotar e ri dar dor.
Vieram os tiros.
Caíram dois, dez, todos.
Ele deixou cair suas lágrimas e nos abençoou.
O silêncio dos crucificados pelas chacinas, pelo genocídio, pela escravidão, pela exploração, pelo preconceito, pela redução da idade penal, pela demarcação de terra, pelo abandono.
O silêncio que não silencia o barulho.
Que carrega os mártires que a mídia não noticia.
Sem nome, sem vez e sem voz doam suas vidas.
Pedimos: nos perdoa quando por medo nos calamos diante de tantas mortes.
Ele nos respondeu com a luz do Sol.
Sol do meio dia, fonte de água viva.
Não acaba aqui...

Por: Caroline Mattos de Oliveira

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